Longe da TV, Conan O'Brien é redescoberto on-line por novos fãs (2024)

Depois de apresentar talk shows por quase três décadas, Conan O’Brien chegou à conclusão de que a longevidade é superestimada. A primeira vez que ele me disse isso foi quando propôs que todas as estátuas e monumentos fossem feitos com um sabão durável que se dissolve em sete anos.

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Desde que deixou a televisão noturna em 2021, O’Brien, hoje com 61 anos, tornou-se mais reflexivo sobre a vida (e a morte), dado a voos filosóficos que ele compulsivamente alterna com tangentes cômicas. Ele defende a interseção entre o inteligente e o estúpido, mas na conversa, o que se destaca é a rapidez com que ele se move entre o leve e o pesado. Perguntei a ele se ele estava mais feliz agora do que quando estava na televisão e sua resposta foi questionar a própria felicidade.

— Na melhor das hipóteses, é um momento fugaz após uma tempestade, quando o sol está saindo — disse ele. — Estar contente vem em pequenos momentos, aqui e ali.

A única coisa mais complicada do que ser um apresentador de talk show noturno é ser um ex-apresentador. Alguns recaem (Jon Stewart). Alguns desaparecem (Johnny Carson, Craig Kilborn). A maioria entra em uma era mais modesta (David Letterman, Jay Leno). Desde que começou a escrever para o “Saturday Night Live” na década de 1980, O’Brien construiu uma importante carreira. Seu período na late night TV é amado pelos nerds da comédia. Mas seu trabalho pós-show pode acabar sendo mais impressionante: seu humor absurdo envelheceu bem, e sua reputação cresceu à medida que novas gerações descobriram seu trabalho on-line.

Outro motivo pelo qual O’Brien se saiu bem desde que deixou “Conan”, seu último programa noturno (depois de “Late Night” e “The Tonight Show”), é que ele sempre esteve animado para experimentar:

— Gostei de brincar com o formato de talk show. "Hot ones" é a prova disso — diz Conan, citando um programa on-line em que o apresentador e o convidado conversam enquanto provam molhos picantes cada vez mais intensos.

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O’Brien apareceu no “Hot ones” na mesma semana de abril em que voltou pela primeira vez ao “The Tonight Show”, programa que deixou de apresentar em 2010 — e o primeiro compromisso ofuscou o segundo completamente. O’Brien fez todos os outros episódios anteriores de "Hot ones" parecerem insossos, provocando hilariamente o apresentador e bebendo garrafas inteiras de molho picante enquanto ficava cada vez mais descontrolado. Havia comprometimento com a palhaçada que é difícil imaginar alguém da sua estatura topar. O termo “Conan O’Brien” foi tendência nas redes por dias. O contraste não passou despercebido por O’Brien. Diz muito sobre como a cultura funciona em 2024 (viralidade online importa mais do que uma vaga em uma em uma emissora), mas também sobre seu novo renascimento.

Stephen Colbert, que, dos atuais apresentadores de talk show noturno, é o mais próximo de O’Brien, argumentou que parte do legado de seu amigo foi expandir os limites de um formato. Agora, o ruivo está fazendo o mesmo por um programa de viagens. Cada episódio de “Conan O’Brien must go” (que foi renovado pela Max para uma segunda temporada), mostra ele fazendo o papel do bufão, zombado pelas pessoas em cada país que visita.

Pioneiro do podcast

O’Brien foi um dos primeiros apresentadores de talk show a ter podcast. Seu programa, “Conan O’Brien needs a friend”, foi vendido para a rede Sirius por impressionantes $150 milhões, estabeleceu um modelo para outros apresentadores "aposentados", como James Corden e Trevor Noah. O podcast começou enquanto ele ainda apresentava, e depois de sair, manteve-o regularmente nos holofotes.

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Seu podcast apresenta conversas mais longas e profundas. E sua série de viagens na Max compartilha elementos de seus talk shows, como esquetes e quadros de humor na rua. Esses novos projetos não têm público ao vivo e chegam mais perto do O’Brien que faz piadas nas salas de roteiristas. Pergunte aos amigos sobre seus momentos mais engraçados e eles dirão o quão hilário ele consegue ser a portas fechadas, em uma conversa livre.

Capturar essa versão de O’Brien na televisão era a “Moby Dick” de muitos produtores, disse Robert Smigel, que começou com O’Brien no “Late Night” e escreveu com ele no “SNL”. Pois Moby Dick foi vista em maio, durante a gravação do podcast do apresentador na frente de uma plateia em Los Angeles.

O’Brien subiu ao palco sob aplausos de pé. Brincou com quem estava na primeira fileira, fez papel de homem sério em um esquete, entrevistou John C. Reilly e tocou guitarra com sua banda. Nos bastidores, O’Brien parecia radiante. “Eu amo a liberdade disso”, disse ele, acrescentando, “É apenas eu, autenticamente eu, para o bem ou para o mal.”

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